sexta-feira, 8 de maio de 2015

REFUTANDO MENTIRAS ANTI-CATÓLICAS II



INTRODUÇÃO

Passados dois mil anos, a Igreja Católica continua sendo alvo dos mais diversos grupos religiosos, sejam eles cristãos heterodoxos ou de outros segmentos não cristãos. Denigrem a nossa fé, sem o devido entendimento, acusam-nos sem antes terem lido uma única página do catecismo, alguma encíclica ou qualquer documento que manifeste as crenças da Santa Igreja.

Uma pesquisa rápida pela internet revelará os absurdos propagados por aqueles que acreditam saber muito mais do que o próprio catolicismo, que, diga-se de passagem, peregrina nesta terra desde a fundação do próprio Cristo que ao eleger por sua sublime vontade, São Pedro como o primeiro líder da comunidade primitiva, instituía a continuidade do seu divino ensino durante os séculos posteriores.

Sendo assim, somos católicos e aqui estamos para defender aquilo que é a razão da nossa esperança (I Pe 3,15).

Divido aqui com os leitores, mais um artigo que procuro refutar acusações infundadas e que refletem a total falta de conhecimento dos que estão fora da barca de Pedro. Tratam-se de cinco perguntadas frequentemente usadas por anti-católicos e que serão aqui respondidas. As questões estarão na cor azul para facilitar a leitura. 

REFUTANDO HERESIAS

1 – Por que vocês católicos falam mais de Maria do que de Jesus?

Todo católico verdadeiro sabe perfeitamente que o fundamento da nossa fé está enraizado na paixão, morte e ressurreição de Jesus Cristo. Sem isso, não existiria fé, não existiria a Igreja Católica e não existiria cristianismo.

É isso que rezamos todas as missas ao professarmos a nossa fé: “Creio em Deus Pai todo poderoso, criador do céu e da terra e em Jesus Cristo seu único filho nosso Senhor”.

Um forte argumento que facilmente derruba a falta de conhecimento do autor da pergunta é a própria eucaristia, coração da celebração do culto católico. A missa por si só é inteiramente cristocentrica, desde o seu início ao seu fim e o ápice da adoração ao nosso Senhor Jesus, está ao contemplarmos inteiramente o mistério eucarístico e tomarmos parte da mesa no banquete do cordeiro.

Não falamos “mais de Maria”, pelo contrário, todo o ano litúrgico da Igreja é centrado na pessoa de Jesus, todas as leituras (velho testamento, salmos, evangelhos, cartas) nos remetem ao amor daquele que se revelou a humanidade como o “Emanuel, Deus conosco” (Mt 1,23) e em todas as missas relembramos de forma viva todo o sacrifício do Cristo por nós, a fim de libertar-nos e salvar-nos para que sejamos novas criaturas.

Entretanto, não nos esquecemos de Maria Santíssima que é mãe da Igreja e de todos os cristãos e para isso, temos motivos bíblicos para seguirmos aquilo que a escritura determina para todos nós como verdade.

Sendo assim, veneramos a Virgem, pois:
  • Somos descendentes da descendência da Mulher (Gn 3,15);
  • Seremos perseguidos por servirmos a Jesus Cristo e por ser Ele, filho de Maria, é a descendência da mulher que gera os cristãos que são perseguidos (Ap 12,7);
  • Maria é mãe do próprio Deus encarnado (Lc 1,43);
  • No passado o povo judeu venerava a Arca da Aliança, onde Deus se manifestava (Ex 25,22), onde sua presença era “registrada por sua sombra” (I Rs 8,10), a arca carregava a antiga aliança (Ex 25,16), a vara de Arão  – símbolo do sacerdócio – (Hb 9,4) e o maná – o pão descido dos céus – (Ex 16,33). Maria é a nova arca da aliança por ter carregado em seu ventre vivamente, tudo aquilo que foi sagradamente guardado pelos judeus em um objeto construído por mãos humanas. Deus se manifestou no seio da Maria (Mt 1,23), ela foi tomada pela sombra do altíssimo (Lc 1,35), carregou a nova aliança (Hb 12,24), o próprio sumo sacerdote (Hb 4,14) e o próprio pão descido dos céus que se dá por nós (Jo 6,51 e Jo 6,54);
  • Veneramos Maria, pois, representamos profeticamente a geração que proclamaria a virgem como “Bem aventurada” (Lc 1,48).

Não colocamos Maria no lugar de Deus e tão pouco falamos “mais dela”. Apenas a colocamos em seu verdadeiro lugar dentro da história da salvação, onde, temos a total consciência de que seu “sim” abriu as portas para que nosso Senhor e Salvador Jesus Cristo, reinasse triunfante por todos os séculos. 

2 – As orações aos santos e a Maria são de Deus? Onde está isso escrito na bíblia?

II Cor 1,11 – “Vós colaborareis para tanto mediante a vossa prece; assim, a graça que obteremos pela intercessão de muitas pessoas suscitará a ação de graças de muitos em nosso favor”.

Todo aquele que é batizado e recebido na Igreja é integrado ao Corpo Cristo. Todos nós formamos uma única fé, cremos em um só Senhor e professamos um único batismo para a remissão dos pecados (Ef 4,5), isto é, estamos ligados e a oração é a maior prova da comunhão entre nós, cristãos. 

Cremos que todo aquele que morre em estado de graça encontra-se com Cristo, uma vez que, todo crente continua inserido no Senhor e na fé católica mesmo após a morte; é um amor que não se finda (Rm 8,38-39). Acreditamos mediante as escrituras e a tradição que até a ressurreição, os justos estarão ao lado do Senhor, assim como prometido ao ladrão na cruz (Lc 23,41-43).

Sendo assim, tanto Maria Ss, quantos os santos podem interceder por nós e é por isso que rogamos vossas intercessões. Paulo diz que há graças que são obtidas através da “oração” e a Igreja, fiel aos ensinos de Jesus, continua a propagar essa verdade (II Cor 1,11).

Além de que, biblicamente, há provas de que as almas podem interceder por nós (Ap 5,8; Ap 6,9-10; Ap 8,3) e no próprio evangelho de Marcos, Moisés estando morto, aparece ao Senhor demonstrando que suas  faculdades psíquicas e a  sua consciência continuavam plenas (Mc 9,2-8).

Mediante a prece de toda a Igreja, obtemos graças em nosso favor e isso inteiramente bíblico. 

3 – Por que os católicos adoram um Jesus Cristo preso na cruz?

A cruz não é um amuleto e sim um símbolo da nossa redenção. Não adoramos a cruz e sim o crucificado, pois, foi através desse santo madeiro que Cristo perdoou os nossos pecados.

Existe uma grande confusão por parte daqueles que “acham” que nosso Senhor não pode ser retratado em uma cruz. Além de ser uma ideia totalmente anticristã é um ato anti-bíblico.  Jesus venceu a morte através da ressurreição, mas, foi na cruz do calvário que nos redimiu e por esse motivo, a Igreja desde sua era primitiva continua a representá-lo “crucificado” para que jamais esqueçamo-nos da paixão do Cristo por toda a humanidade.

Paulo exalta os Coríntios a continuar a pregar “um Jesus Cristo preso na cruz” por afirmar que a loucura da cruz é poder de Deus:

I Cor 1,18 – “Com efeito, a linguagem da cruz é loucura para aqueles que se perdem, mas para aqueles que se salvam, para nós, é poder de Deus”.

Isto é, manifestar a cruz do Senhor, nada mais é que propagar o amor supremo de Deus que foi até as últimas consequências para salvar a raça humana do pecado. Se não fosse assim, Paulo jamais poderia dizer que “anuncia um Cristo crucificado”:

I Cor 1,23 – “Nós, porém, anunciamos Cristo crucificado, que para os Judeus, é escândalo, para os gentios é loucura, mas para aqueles que são chamados, tanto judeus como gregos, é Cristo, pode de Deus e sabedoria de Deus”.

É incrível como em nossa atual era, passados dois mil anos, essas palavras continuam atuais. Gregos e Judeus não aceitavam o anuncio do “Cristo na cruz” e ainda hoje, muitos o rejeitam. 

4 – Cite um versículo onde Deus mande falar para uma imagem que ela deve rogar por nós?

Não poderia citar algum verso da bíblia e tão pouco conseguiria citar um trecho do catecismo uma vez que, não há nenhum documento da Igreja que ensine que uma “imagem deve rogar por nós”. Isso não existe e a fé católica jamais afirmou isso.

A pergunta é fantasiosa e não retrata aquilo que cremos.

Imagens são objetos inanimados que nos remetem ao divino. É o evangelho em cores, a catequese aplicada através das formas visuais, a arte que leva a reflexão e como principal ponto: fazer com que cada um de nós continue a lembrar de todo aquele que por amor a Cristo, entregou-se por martírio, por voto de pobreza, amor aos doentes, aos necessitados e por uma busca incessante da santidade.

A Igreja nos ensina a venerar piedosamente todo aquele que merecidamente foi tido como “santo”. Honrar a criatura é engrandecer o próprio Deus, autor da criação.

Rm 2,10 – “Glória, porém, e honra e paz a qualquer que pratica o bem”.

Rm 8,30 – “E aos que predestinou a estes também chamou; e aos que chamou a estes também justificou, e aos que justificou a estes também glorificou”.

Rm 12,10 – “Amai-vos cordialmente uns aos outros com amor fraternal, preferindo-vos em honra uns aos outros”.

Rogamos a intercessão dos santos (e não de imagens), pois, todo aquele que morre em estado de graça, sua obra não perece, mas, acompanha-a no céu (Hb 12,1; Hb 12,22-23).

Rm 15,30 – “Rogo-vos, irmãos, por nosso Senhor Jesus Cristo e pelo amor ao Espírito, que combatais comigo nas vossas orações por mim a Deus”.

Por fim, há um texto que explica de forma minuciosa o motivo do uso das imagens na Igreja atual e nas comunidades primitivas.

Acesse:

5 – Cite onde Maria, Pedro ou Paulo ensine a orar a eles para depois eles retransmitirem a Jesus.

A oração é uma pratica cristã e é recomendada em todo o novo testamento. Em diversas oportunidades lemos que as intercessões nas primeiras comunidades já eram a base para superar as adversidades (fome, doença, perseguição e etc).  Paulo ensina isso aos Efésios, ao dizer:

Ef 6,18 – “Com orações e suplicas de toda a sorte, orai em todo o tempo, no Espírito e para isso vigiai com toda perseverança e súplica por todos os santos”.

Isto é, a oração não é uma ação individualista, ao contrário disso, é uma ação onde nós nos comprometemos a rogar por nossos irmãos. Quantas vezes, somos nós que transmitimos ao Senhor (mesmo que Ele saiba) o que muitos irmãos pedem a nós? Não somos nós também, intercessores em favor de outras pessoas? Paulo aos Coríntios escreve que muitas são as graças obtidas pela intercessão uma vez que, todos colaboram!

II Cor 1,11 – “Vós colaborareis para tanto mediante a vossa prece; assim, a graça que obteremos pela intercessão de muitas pessoas suscitará a ação de graças de muitos em nosso favor”.

Tiago, irmão do Senhor, diz em sua epístola: “Orais uns pelos outros” (Tg 5,16).

Sendo assim, pedir para que outras pessoas roguem por nós, para que eles assim, entreguem nossa angustia a Cristo não é só bíblico, como um ato de caridade para com todos os santos.

Nós católicos cremos na “comunhão dos santos” e sabemos que todo aquele que morre em estado de graça, está plenamente unido ao Senhor e por esse motivo, pode e deve rogar por nós. Encontramos fortes indícios dessa crença cristã nas escrituras sagradas.

Pois bem, sabemos pela própria bíblia que:
  • Há uma família na terra (Igreja militante) e uma no céu (Igreja triunfante) (Ef 3,14);
  • O céu é formado pelos anjos em festas e pelo espírito dos justos que chegaram à perfeição (Hb 12,22-24);
  • Ainda na carne, nossa alma clama em deixar este corpo para habitar com o Senhor (Fl 1,23; II Cor 5,6-9);
  • Na vinda de Cristo, ele voltará junto de todos os seus santos (I Ts 3,13);
  • Todo aquele que morre em estado de graça, integra-se a uma “nuvem de testemunha” que nos cerca (Hb 12,1);
  • O apocalipse que narra um cenário onde muitas pessoas já haviam morrido, retrata que junto do altar, as orações de “todos os santos” (pessoas vivas ou mortas) eram oferecidas a Deus (Ap 5,8; Ap 8,3);
  • As almas, mesmos após a separação do corpo, continuam com suas faculdades intelectuais e podem clamar por justiça, junto a Deus (Ap 6,9,10).

A pergunta deveria ser de outra forma: Como não crer na intercessão dos santos?

CONCLUSÃO

Por diversas vezes, nós católicos, somos confrontados com mentiras infundadas e como batizados, devemos combater o bom combate (II Tm 4,7) e defender a Igreja do Cristo (Mt 16,18).

Eis que a hora é chegada. Rezemos por todos aqueles que necessitam conhecer a verdade!

As perguntas aqui apresentadas estão refutadas, para honra e glória de Deus!

Paz e bem!

Érick Augusto Gomes